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sábado, 25 de setembro de 2010

Sócrates demite-se se Orçamento chumbar

Sócrates demite-se se Orçamento chumbar

00h17m

Ana Paula Correia *

De Nova Iorque, o primeiro-ministro, José Sócrates, enviou a ameaça de que a não aprovação do Orçamento de Estado significará a demissão do Governo e passou a responsabilidade de uma eventual crise política para as mãos de Pedro Passos Coelho, o líder do PSD.

foto GINO DOMENICO/Lusa
Sócrates demite-se se  Orçamento chumbar
Sócrates em Nova Iorque

A mensagem de Sócrates, ontem, não poderia ser mais clara: "Decorre do bom senso político que, quando um Governo não tem um Orçamento aprovado, também não tem condições para governar, ainda para mais na actual conjuntura".


Estava, assim, reforçada a ideia lançada no dia anterior por Silva Pereira, à qual se seguiu o anúncio da iniciativa de Cavaco Silva de chamara os partidos a Belém, na próxima semana

"Acho muito negativo para o país, Portugal não ter Orçamento, porque será a confissão de que não somos capazes de resolver os nossos problemas. Isso é absolutamente incompatível com as necessidades do país".

Desta análise da realidade, o primeiro-ministro passa ao ataque e, na sua versão do que aconteceu nas reuniões em S.Bento, afirmou que "disse ao líder do PSD que deveríamos ter uma negociação prévia do Orçamento, sem condições e aceitando as diferenças, mas com o objectivo de se chegar a um compromisso. Lamento que o PSD tenha respondido não".

Apesar de falar na ausência de condições _ desmentindo o que tem vindo a ser dito pelos dirigentes sociais-democratas _ Sócrates admitiu ter dito a Passos Coelho que na tal negociação prévia "a orientação deveria ser a de um Orçamento centrado na redução da despesa, mas sem excluir outras necessidades". E não descartou o aumento de impostos "caso isso for mais justo do que reduzir despesa..." A seguir, foi mais longe, ao dizer que não aceita "reduzir a despesa se isso atingir a saúde, se isso atingir a educação, porque o país precisa de bons serviços públicos".

Ainda em Nova Iorque, onde está para participar amanhã na 65.ª sessão plenária geral das Nações Unidas, o chefe do Governo disse compreender a posição de Cavaco Silva em querer ouvir os partidos.

"Trata-se de um passo positivo de quem mostra preocupação". Expressa esta consideração foi dizendo que "não é ao presidente da República que compete fazer governos nem resolver os problemas. Isso compete aos partidos e lamento que os partidos se tenham colocado na posição que agora exige ao senhor presidente da República fazer consultas".

*com Lusa

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