O
peixe é vendido pelos pescadores nas lotas, em leilões «invertidos», ou seja,
com os preços a serem rapidamente anunciados por ordem decrescente, até que o
comprador interessado o arremate com o tradicional «chiu!». Isto implica que o
melhor peixe, e o mais caro, é o que é vendido primeiro, ficando para o fim o
de menor qualidade. Em tempos anteriores ao transporte automóvel, as peixeiras
menos escrupulosas compravam esse peixe no fim da lota, por um preço baixo, e
corriam literalmente até à vila ou cidade, tentando chegar ao mesmo tempo que as que
tinham comprado peixe melhor e mais caro na lota (e tentando vendê-lo,
evidentemente, ao mesmo preço que o de melhor qualidade). Nem sempre os
fregueses se deixavam enganar, e percebiam que aquele carapau era «carapau de
corrida», comprado barato no fim da lota e transportado a correr até à vila.
Hoje ainda, o que se arma em carapau de corrida julga-se mais esperto que os
outros, mas raramente os consegue enganar.
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