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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Acontecimentos na década de 60


 


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Bacalhau...Iguaria Portuguesa

Gadus mohrua

Bacalhau é a designação portuguesa para a espécie Gadus morhua, peixe de águas frias pertencente à família dos gadídeos.
Vive nos mares do Hemisfério Norte, perto do círculo polar, circulando em cardumes que podem deslocar-se da região da Terra Nova para a Islândia e Noruega. Cada fêmea produz entre quatro a nove milhões de ovos que coloca em zonas específicas do oceano, com fundos relativamente baixos e temperatura entre os 4 e os 12 graus.
É um peixe com baixo teor de gordura, o que lhe permite ser conservado com sal e seco ao sol. Para isso é preparado de uma forma especial que começa a bordo no navio e acaba na seca, em terra.
Da “descoberta” do bacalhau à epopeia portuguesa da pesca do fiel amigo.
O bacalhau terá sido descoberto pelos vikings, dado ser um peixe muito abundante nos mares por eles navegados. No entanto, após a sua captura, limitavam-se a secá-lo ao ar livre até endurecer, sem qualquer recurso ao sal.
De forma a garantir a durabilidade do bacalhau seco, os bascos, cujas frotas terão sido, segundo os historiadores, das primeiras a pescar tão nobre peixe, começaram a promover a sua salga antes de o secarem. Este método revolucionário fomentava uma melhor conservação, mantinha os nutrientes e apurava o paladar daquele peixe. Numa época em que os métodos de conservação eram altamente precários e em que os alimentos se degradavam facilmente, o bacalhau agitou violentamente os hábitos alimentares das populações.
Os portugueses, senhores de uma frente costeira imensa e de uma vasta experiência na arte da navegação, depressa seguiram aquele exemplo, tendo iniciado no século XVI também a pesca longínqua daquele apetecido peixe. O empenho com que abraçaram esta atividade foi de tal ordem que a pesca do bacalhau pelas frotas portuguesas atingiu picos ainda hoje considerados históricos.

 O nome de bacalhau deriva do latim baccalaureu, que significa bacharel. Ao bacalhau também era dada a designação de badejo, palavra que vem do diminutivo espanhol de abad, abade.
Curadilo, outra designação dada ao bacalhau em espanhol, provirá, segundo Carolina Michaelis, de cura – conservar por meio de fumo, sal ou exposição solar. Outros autores defendem que bacalhau terá derivado do neerlandês kabeelauw, bakeljauw, o que se julga improvável, por, como esclarece G. Viana, portugueses e espanhóis terem tido primeiro contacto com este peixe.
O vocábulo é relativamente recente na Península Ibérica, tendo sido a primeira vez referenciado no século XVI. A designação de gadus na classificação taxonómica do bacalhau do Atlântico Norte – Gadus morhua – provém da forma latinizada do grego gados, que significa pescada. Morhua será a forma latinizada de morue (bacalhau em francês), cuja origem, por sua vez, vem do celta mor (mar) e do francês antigo – Ius do latim lucius, peixe de água doce.
 Todos os anos, no início da Primavera, uma frota de diversos veleiros rumava aos mares da Terra Nova e Gronelândia, onde procuravam carregar os seus porões de bacalhau.
Durante a viagem, cada pescador preparava a sua pequena embarcação – o Dori - que iria utilizar naquele mar longínquo e gelado para pescar o “ Fiel Amigo”.
Depois de alcançado o destino esperado, era altura de colocar (arriar) os doris no mar e cada pescador, castigado diariamente pelas agruras do frio e de uma disciplina rigorosíssima, iniciar a sua faina solitária, dia a dia, pescando e transportando para o seu lugre o peixe com que carregava, até mais não poder, a sua pequena embarcação...até os porões dos navios estarem repletos de peixe.
Terminada a pesca diária, era chegada a hora de preparar (escalar) o bacalhau, retirando-lhe diversas partes, (as línguas, as caras e os samos) que constituem também outros elementos da cozinha tradicional.
A primeira operação era efectuada pelo troteiro, que degolava o peixe e lhe abria a barriga.
Seguia-se o retirar das vísceras e guelras, separando a cabeça do corpo e preparando-o para a operação mais delicada: a escala.
O escalador abria-o ao meio, retirava-lhe uma parte da espinha dorsal e dava-lhe o formato que conhecemos. Escalado e lavado, o bacalhau ia para o porão, onde era espalmado e coberto com sal.
Com o aproximar do Outono... o tempo começava a refrescar... os porões estavam quase cheios... era chegado o momento de rumar até ao porto de origem onde o bacalhau sofreria a sua penúltima etapa.
Retirado dos porões, o bacalhau era descarregado nas secas onde era lavado e colocado ao Sol (trabalho que era efectuado exclusivamente por mulheres), em redes próprias que permitiam a ventilação. Esta secagem permitia a desidratação do peixe até que perdesse, pelo menos, 54% da água do organismo. Só nessa altura estava pronto para ser colocado nos meios de distribuição e entrar no lar de cada um de nós.
 Ílhavo
Capital Portuguesa do Bacalhau A situação geográfica de Ílhavo condicionou de forma inevitável a sua história. A proximidade do mar definiu, para além de uma fértil agricultura, a pesca e a salga como principais sectores económicos.
As Categorias do Bacalhau:
O conhecimento das categorias em que se encontra dividido o Bacalhau permite ao consumidor realizar uma melhor escolha. De acordo com a legislação portuguesa o bacalhau salgado e seco é classificado de primeira ou segunda categoria, dependendo da forma como é apresentado, ou seja, se apresenta ou não lesões exteriores.
Assim, considera-se de primeira categoria o bacalhau que esteja bem cortado e escovado e que tenha sido salgado e seco de acordo com o método correcto. Dessa forma, deve apresentar uma cor amarela ou creme clara (o que por regra se designa por cor palha, nunca demasiado branca). 
Dentro da primeira categoria, podemos encontrar cinco sub-classificações:

ESPECIAL - COM 3 KG OU MAIS
GRAÚDO - DE 3KG A 2KG
CRESCIDO - DE 2KG A 1 KG
CORRENTE - DE 1KG A 0,5 KG
MIÚDO - ATÉ 0,5 KG

O bacalhau de segunda categoria é classificado dessa maneira porque apresenta lesões ou defeitos na pele. Porém, a classificação de segunda categoria não é indicativo de falta de qualidade, mas apenas de pouco cuidado no manuseamento.
A subclassificação desta categoria é sempre Sortido, podendo variar o seu peso de cerca de 3 a 0,5Kg.

Demolha do BacalhauA demolha do bacalhau serve não só para retirar o excesso de sal, mas também para que aquele peixe volte a ganhar volume. A demolha de bacalhau é, resumidamente, o processo mediante o qual o peixe salgado seco retoma o nível de água que perdeu durante o processo de secagem. Como, em regra, o bacalhau perdeu metade do seu peso, ele irá voltar a ganhar peso e dimensão. Ao ser demolhado, as fibras musculares do bacalhau irão ficar mais soltas e, quando cozinhadas, irão separar-se mais facilmente. Para que a demolha seja eficaz, ela deve ser feita em água fria, trocando-se a água de 6 em 6 horas. O ideal é que essa demolha seja feita em água abaixo dos 8o de temperatura. O tempo de demolha para um bacalhau crescido ronda as 48 horas.
NAVIO MUSEU SANTO ANDRÉ
Este antigo arrastão bacalhoeiro, que nasceu para a pesca em 1948, é hoje um museu que pretende mostrar como se vivia e trabalhava a bordo dos barcos que iam ao bacalhau nos mares gelados do Atlântico Norte.
JARDIM OUDINOT – FORTE DA BARRA 
3830 GAFANHA DA NAZARÉ
LUGRE CREOULA
0 «Creoula» é um lugre de quatro mastros, com um comprimento de 67,4m. Construído no início de 1937 nos estaleiros da CUF para a Parceria Geral de Pescarias, no tempo recorde de 62 dias úteis. Lançado à água no dia 10 de Maio efectuou, ainda, nesse ano, a sua primeira campanha de pesca. As obras-vivas a vante, com particular destaque para a roda de proa, tiveram construção reforçada uma vez que o navio iria navegar nos mares gelados da Terra Nova e Gronelândia. Até à sua última campanha, em 1973, o navio possuía mastaréus, retrancas e caranguejas em madeira. Todo o interior do navio era revestido a madeira de boa qualidade e o porão calafetado para evitar o contacto da moura com o ferro.
O mastro de vante (traquete) servia de chaminé à caldeirinha e ao fogão a carvão, fogão este que se encontra hoje no Museu Marítimo de Ílhavo.

Actualmente operado pela Marinha Portuguesa como navio de treino de mar, tem proporcionado o contacto com a navegação à população civil, nomeadamente às camadas jovens num perpetuar das tradições marinheiras do País.

Receitas regionais de bacalhau

Chora
1 Kg de caras de bacalhau salgado ou fresco
1 dl de azeite
4 Dentes de alho
1 Cebola grande (ou 2 cebolas pequenas)
1 colher (sopa) de polpa de tomate
1 Kg de batatas
100 g de massa macarronete
Sal q.b.
Se as caras forem salgadas, demolhe-as convenientemente. Se forem frescas, lave-as apenas e tempere-as com bastante sal, deixando repousar durante duas horas.
Descasque as batatas, corte-as em rodelas finas com cerca de 5mm e lave-as. Descasque os alhos e lasque-os. Descasque as cebolas e corte-as em rodelas muito finas. Deite o azeite numa panela, leve ao lume e junte-lhe os alhos e a cebola. Mexa até estar quase a alourar. Depois, junte a polpa de tomate e mexa bem. Adicione 2 l de água e as batatas.
Tempere de sal, tape e deixe cozer. Quando as batatas estiverem quase cozidas, junte-lhes a massa e as caras de bacalhau demolhadas e escorridas, se forem salgadas, ou lavadas do sal, se forem frescas. Volte a tapar e deixe ferver mais 7 a 10 minutos. Servia-se com muito pão.
Nota:
A Chora teve origem a bordo dos veleiros da frota bacalhoeira, mais não sendo do que uma sopa que era servida aos pescadores após a dureza do trabalho heróico de pescar, escalar e salgar o bacalhau apanhado diariamente. Dada a compreensível escassez de vegetais e outros alimentos frescos, a Chora era feita quase sempre apenas com arroz ou massa e caras de bacalhau. Também se fazia com os ossos do bacalhau.

Caras de Bacalhau fritas

700 g de Caras de bacalhau pequenas (congeladas ou salgadas)
Sal q.b.
Pimenta q.b.
Sumo de limão q.b.
3 Dentes de alho
Azeite (para fritar)

Lave e enxugue as caras de bacalhau (ou demolhe as caras salgadas). Tempere-as com sal, pimenta, alhos esmagados e um pouco de sumo de limão. Deixe repousar assim durante uma hora. Em seguida,
pouco azeite.

Caras de Bacalhau panadas
 700 g de Caras de bacalhau pequenas (congeladas ou salgadas)
Sal q.b.
Pimenta q.b.
Sumo de limão q.b.
3 Dentes de alho
Farinha
Ovo batido
Pão ralado
Azeite (para fritar)

Lave e enxugue as caras de bacalhau (ou demolhe as caras salgadas). Tempere-as com sal, pimenta, alhos esmagados e um pouco de sumo de limão. Deixe repousar assim durante uma hora. Em seguida, sacuda os alhos, passe as caras por farinha, retirando o excesso, depois por ovo batido e em seguida por pão ralado. Aconchegue com a palma das mãos e frite em azeite.

Meia desfeita de Bacalhau
700 g de bacalhau, de preferência do lombo
350 g de grão de bico
2,5 dl de azeite
2 Cebolas cortadas em rodelas finas
3 Dentes de alho picados
Salsa picada fresca q.b.
Colorau e pimenta q.b.
1 Folha de louro
Demolhe convenientemente o bacalhau, juntamente com o grão. Em cru, retire as peles e espinhas ao bacalhau e, em seguida, desfaça-o em lascas, à mão ou com a faca. Coza o grão, lavado em água temperada com sal. Num tacho, deite 1⁄4 da cebola e dos alhos e um pouco de salsa picada. Por cima, espalhe 1/3 do bacalhau e do grão escorrido. Cubra com outra camada igual de cebola, alhos picados e salsa, mas adicione, a esta e às seguintes, uma pitada de colorau e de pimenta. Repita as camadas até que a última seja de cebola, alhos, salsa, colorau e pimenta. Adicione o azeite de modo a que fique um pouquinho abaixo do nível da última camada. Coloque a folha de louro, tape e leve ao lume, para que ferva, e deixe cozer entre 10 e 15 minutos.

Nota:

O nível do azeite deve ficar cerca de 4 cm abaixo dos bordos do tacho.

Sopa de Bacalhau
Bacalhau
Couves
Cebola
Alho
Pimenta
Colorau
Coze-se o bacalhau com as couves. Escoa-se a água, que se reserva. À parte faz-se um estrugido com cebola, alho, pimenta, colorau que se junta à água de cozer o bacalhau. Serve-se o caldo com pão torrado.

Bacalhau à Confraria
4 Postas de bacalhau graúdo com cerca de 160gr cada.
Farinha
1 Ovo batido
Pão ralado
1 Cebola grande cortada em rodelas finas
3 Dentes de alho cortados em rodelas finas
1,5 dl de azeite
1kg de batatas
Óleo para fritar as batatas
Presunto
Azeitonas
Salsa picada
Demolhe convenientemente o bacalhau. Escorra-o e escalde-o em água a ferver, retire-o com cuidado e tire-lhe as espinhas sem deformar as postas. Enxugue-as e passe-as primeiro por farinha, depois por ovo batido e em seguida por pão ralado. Aconchegue-as e sacuda os excessos. Num tabuleiro, espalhe um pouco de azeite, metade dos alhos e metade da cebola e, por cima, coloque as postas de bacalhau. Em seguida espalhe por cima deste o resto dos alhos e da cebola e regue com o restante azeite. Leve a assar no forno a 170o durante 20 a 30 minutos, regando uma vez por outra com o próprio azeite, sem deixar assar demais até o bacalhau ficar lourinho. Frite algumas fatias de presunto em óleo quente. Depois de tudo pronto o bacalhau é servido com o presunto frito e é acompanhado com batatas fritas em rodelas e azeitonas, polvilhando tudo com salsa picada. Também pode ir ao forno já com as batatas fritas em volta e a cebola por cima.
Nota do Grão-mestre:
A receita é simples, o “segredo” faz parte do património gastronómico Gastronómica do Bacalhau.

Feijoada de Samos
1 Cebola média
2 Dentes de alho
1 Latinha de tomate pelado
0,5 Kg de Samos
2 Latas de feijão branco cozido
Azeite q.b.
Salsa q.b.
Piripiri q.b.
Sal q.b.
Rodelas de chouriço vermelho q.b.
1 Copo de vinho branco maduro
Em primeiro lugar lavam-se os Samos e limpa-se das peles escuras, cartilagens e alguma impureza. Depois escaldam-se em água a ferver, passando-os em seguida por água fria e cortando-os aos pedacinhos.
Num tacho fazer um refogado com o azeite, a cebola, o alho e a salsa, tudo muito bem picadinho. Depois de aloirado, deita-se o vinho branco, o tomate pelado, as rodelas de chouriço e os samos aos pedaços.
Quando tudo estiver cozido, deita-se o feijão branco até ferver.
Temperar com sal e piripiri a gosto. Não esquecer a água do feijão que também é necessária.

Nota:

Os sames, designados pelos bacalhoeiros por “samos”, fazem parte do baú das recordações dos antigos pescadores do bacalhau nos mares da Terra Nova e mais não são do que as bexigas-natatórias daquele peixe. Esta era uma das poucas iguarias a que os pescadores tinham acesso durante o tempo da faina. Os samos eram extraídos da parte da espinha rejeitada na escala do peixe, sendo depois limpos e salgados pelos “cães de bordo”, os moços de convés.

Pataniscas de Bacalhau
300 g de bacalhau do lombo salgado
100 g de farinha de trigo
Sal fino q.b.
Pimenta q.b.
3 Ovos
1⁄4 de sumo de um limão
Azeite ou azeite e óleo (para fritar) 
Raminhos de salsa

Lave o bacalhau e retire-lhe a pele e as espinhas. Em seguida, desfie-o finamente e lave-o em várias águas frias, espremendo-o até perder o sal quase todo. No final, esprema-o bem. Numa taça, deite a farinha, sal e pimenta q.b. e os ovos e mexa tudo muito bem, até não ter grumos.

Os Vampiros do Século XXI

ESTA VALE A PENA DIVULGAR!!! é uma verdadeira vergonha... 
...batendo as asas pela noite calada... vêm em bandos, com pés de veludo...»
Os Vampiros do Século XXI:

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária.
A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.
As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta.
Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal.
É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria.
O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos.
É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.
Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos serve sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa.
 Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.
Medita e divulga... Mas divulga mesmo por favor...
Cidadania é fazê-lo, é demonstrar esta pouca vergonha que nos atira para a miserabilidade social.
Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e rádios...

Porque será?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Submarinos: alemães admitem subornos a Portugal

Os dois ex-executivos da Ferrostaal e a própria empresa aceitaram a proposta de conciliação do tribunal, admitindo que pagaram subornos a funcionários públicos estrangeiros na venda de submarinos a Portugal e à Grécia.
O ex-administrador da Ferrostaal Johann-Friedrich Haun e o ex-procurador Hans-Peter Muehlenbeck terão assim de pagar uma coima de 36 mil euros e 18 mil, respectivamente, e serão condenados a uma pena suspensa que não excederá dois anos, como propôs o juiz do processo, Joachim Eckert, na abertura do julgamento, esta manhã, na capital da Baviera.
Quanto à Ferrostaal, arguida no mesmo processo por crime de obtenção de vantagem económica através dos seus dois funcionários, terá de pagar uma coima de 140 milhões de euros, até 2014, em três prestações.
Tanto Haun como Muehlenbeck admitiram que pagaram subornos na Grécia e emPortugal para conseguir que ambos os países se decidissem pela compra de submarinos aoGerman Submarine Consortium (GSC), que além da Ferrostaal integrava os estaleirosHowaldswerke, de Kiel, e a metalúrgica Thyssenkrupp, de Essen.
Entre os beneficiários dos 62 milhões de euros pagos em «luvas» esteve o ex-ministro daDefesa grego Akis Tsochatzpoulos, de acordo com a queixa-crime do ministério público de Munique.
No que se refere a Portugal, a acusação apenas refere no mesmo documento que Haun eMuehlenbeck subornaram o ex-cônsul honorário em MuniqueJürgen Adolff, pagando-lhe 1,6 milhões de euros, através de um contrato de consultoria, para que o diplomata lhes arranjasse contactos com o governo português.
A queixa-crime é omissa quanto a eventuais reuniões que Adolff terá conseguir organizar com membros do executivo português, na altura chefiado por Durão Barroso, e em quePaulo Portas era ministro da Defesa.
Os dois submarinos 209 PN foram entregues à marinha portuguesa, mas em Portugal há ainda um processo jurídico relacionado com as contrapartidas que a parte alemã se comprometeu a pagar no negócio que custou 880 milhões a Lisboa.
Fonte: TVI24

BANIF..a quanto obrigas.... BE quer uma comissão de inquérito ao Banif

Enquanto o Governo de direita se preocupava em encenar a saída limpa [do programa de resgate], a real situação do Banif era ocultada.
Mariana Mortágua
Deputada do Bloco de Esquerda
Fonte: Aqui

A TSF teve acesso a uma carta da Comissária Europeia da Concorrência, enviada à então ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, que deixa bem claras as motivações do governo português há cerca de um ano.A carta, datada de 10 de dezembro de 2014 e escrita na sequência de uma reunião em Lisboa entre Margrethe Vestagen e Maria Luís Albuquerque, faz um ponto da situação do processo de venda do Banif. No documento, são avançadas soluções muito semelhantes às que foram anunciadas este domingo por António Costa, e deixa explícitos os motivos do anterior governo para o adiamento de uma solução para o Banco Internacional do Funchal.Margrethe Vestagen escreve que o problema do Banif tinha vindo a ser adiado "devido à estabilidade financeira", e mais recentemente - estamos em dezembro de 2014 - "para não colocar em causa a saída de Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira", ou seja, para não perturbar a saída limpa.Também em dezembro do ano passado, a Direção-geral da Concorrência avisava que decorridos apenas quatro meses sobre a resolução do BES, seria delicado defender uma ação dentro de um quadro temporal diferente para o Banif, sobretudo tendo em conta a menor dimensão do banco. E escrito isto, a Comissária deixou bem claro que "uma ação rápida é agora - em dezembro de 2014 - mais premente".A carta deixa ainda claro que o último plano de reestruturação do Banif, enviado à Direção-geral da Concorrência em outubro de 2014, não cumpre os requisitos necessários, e que passado já mais de um ano sobre a recapitalização, esse plano continuava a ser considerado como "não viável".Ao que a TSF conseguiu apurar, a Direção-geral da Concorrência rejeitou oito planos de reestruturação do Banif desde dezembro de 2012, altura da recapitalização do banco.Aliás, nesta carta, a comissária explica que a Comissão Europeia só não avança com a uma investigação formal ao Banif porque o governo português se comprometeu a apresentar um plano de reestruturação credível até março de 2015, algo que não chegou a acontecer.Margrethe Vastagen passa ainda a limpo, nesta carta, as dúvidas de Maria Luís Albuquerque em relação à equipa de Jorge Tomé, e toma nota da promessa da ministra das Finanças de resolver o assunto no curto prazo, sempre com o compromisso de apresentar uma nova administração e um novo plano de reestruturação, o mais tardar até março de 2015.Num anexo a esta carta, a Comissária Europeia da Concorrência envia um conjunto de linhas gerais para a reestruturação do Banif. Há pouco mais de um ano, a solução da Direção-geral da Concorrência era, mais linha menos linha, a mesma que o atual governo adotou - divisão do Banif num "banco bom" e num "banco mau", potenciando a viabilidade, e facilitando a operação de venda do "banco bom".A proposta da Comissão Europeia passava por restringir a atividade do Banif às ilhas, à grande Lisboa e a um número restrito de distritos, para manter uma base de depósitos viável. A Direção-geral da Concorrência recomendava ainda o encerramento, por venda, das operações do Banif no estrangeiro (algo que o banco concretizou no sábado, com a venda do Banif Bank em Malta).
Ao que a TSF conseguiu saber, o governo de António Costa espera não ter de encaixar o valor total da perda anunciada ontem. No fundo, há alguma esperança de recuperar algumas das perdas com a operação de resolução. A ideia passa pela venda dos ativos imobiliários que ficam no "banco mau".
Fonte: TSF

DESVENDADO O ESQUEMA DA BARRAQUEIRO NA COMPRA DA TAP

Nunca ninguém acreditou que o português da Barraqueiro, Humberto Pedrosa, fosse realmente o principal dono na sociedade que comprou a TAP. Só o Governo nacional, pouco dado a honestidades, o aceitou.
Agora os jornais contam os pormenores. Humberto Pedrosa tem realmente 51% das acções da tal sociedade adquirente da TAP, e o americano-brasileiro Davis Neeleman apenas 49%. Mas, afinal, isto é em número total de umas acções de diferente valor. Na verdade, as acções de Pedrosa, de menor valor, representam apenas 5% da sociedade.


E as de Neeleman 95%. De qualquer modo, Pedrosa, sentindo-se necessário, parece ter feito um bom negocio pessoal (na medida em que assegurou o apoio do pouco rigoroso Governo nacional): embora apenas pondo 5%, fica com 25% dos lucros (ainda assim uma minoria), e Neeleman, com 95% da Sociedade, resume-se 75% dos lucros (de qualquer modo, esmagadora maioria). E assegura a sua posição nas votações, exigindo 7 em 9 votos do Conselho de Administração para se adoptarem medidas.
Entretanto, Pedrosa nomeou, como administrador da sua confiança, um elemento da equipa de Neeleman. O que diz tudo. Será que a Comissão Europeia, no desnorte em que anda a UE, vai aceitar esta ilegalidade, como o Executivo de Lisboa? Talvez o seu descrédito já ande pelas ruas da amargura, mas com isto afundaria com certeza mais.

Entretanto, registem-se mais as sucessivas irregularidades (palavra simpática, no caso) que o Tribunal de Contas está a constatar em praticamente todos os negócios efectuados pelo Governo, designadamente em diversas privatizações.
Fonte: SOL

domingo, 20 de dezembro de 2015

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Os Degolados de Montemor-o-Velho/As Arcas de Montemor


Os Degolados de Montemor-o-Velho
Esta lenda aconteceu em tempos muito antigos, quando, em 848, Montemor-o-Velho foi reconquistada aos Mouros pelo rei Ramiro de Leão. Depois da batalha, o monarca de Leão resolveu visitar um seu parente, o abade D. João, que vivia no Mosteiro de Lorvão. Quando lá chegou verificou que o Mosteiro estava em ruínas e que os frades viviam na mais completa miséria, cheios de fome e de frio, devido às guerras constantes que devastavam a região. Querendo beneficiar os religiosos, doou-lhes as rendas de Montemor e alguns campos em redor da vila, com a condição de no Mosteiro ficarem alguns monges-guerreiros para defesa da vila. Passado algum tempo, os mouros voltaram a atacar e cercaram Montemor durante muito tempo, começando os bens a escassear. Com a ameaça de uma rendição forçada e temendo os ultrajes que seriam feitos aos velhos, às mulheres e às crianças, cada homem reuniu a família e, encomendando as suas almas a Deus, degolou todos os seus membros, um a um, com o coração dilacerado. Após este acto sangrento prepararam-se para a derradeira batalha, no exterior da fortaleza, na qual tinham a certeza de morrer. Mas, para grande surpresa de todos e talvez porque extinta a família já não tinham nada a perder, os cristãos lutaram sem medo e venceram esta batalha. Desolados, os homens choraram a vitória pelo sacrifício inútil das suas famílias mas, quando se aproximavam das portas da fortaleza gritos de alegria ecoaram no ar. Aguardavam-nos vivos os parentes que antes tinham sido degolados e este grande milagre ficou para sempre na memória do povo português através da lenda dos Degolados de Montemor-o-Velho.




As Arcas de Montemor

Já diziam os antigos que no castelo de Montemor-o-Velho estão enterradas duas arcas, uma cheia de ouro e a outra cheia de peste. A sua origem remonta ao tempo dos Mouros quando era alcaide naquela cidade um viúvo austero que tinha uma única filha, a quem guardava longe dos olhos de todos como se fosse o maior tesouro do mundo. Um dia, quando a jovem era já uma mulher, um dos seus fiéis cavaleiros apaixonou-se por ela mas o alcaide nem queria ouvir falar de tal possibilidade. Quando o cavaleiro insistiu, o alcaide resolveu prendê-lo e condenou-o à morte. Quando a jovem soube da tragédia em que involuntariamente estava envolvida, ainda tentou interceder mas o pai permaneceu insensível às suas súplicas. A jovem que até então não fazia ideia do grande amor que o cavaleiro lhe dedicava, resolveu visitá-lo em segredo nas masmorras. Este amor devia estar já talhado no livro do destino, pois a jovem logo se apaixonou pelo cavaleiro e ambos fugiram do castelo.

A sua captura foi fácil e quando foram levados perante o irascível alcaide, este ainda ficou mais furioso quando soube que a sua filha tinha casado com o cavaleiro. Então, por vingança, resolveu dar-lhes uma prenda maldita: duas arcas, uma com ouro e a outra com peste. Os jovens que prezavam mais a sua vida e o seu amor que todo o ouro do mundo fugiram do louco alcaide, deixando para trás as duas arcas que nunca ninguém ousou abrir e que ainda hoje estão enterradas nas muralhas do castelo de Montemor-o-Velho.
"Entre escombros, na rudeza
da vetusta fortaleza, 
batidas do vento agreste,
empedernidas, cerradas,
há duas arcas pejadas
uma d’oiro, outra de peste.

Ninguém sabe ao certo qual
das duas arcas encerra
o fecundo manancial,
que fartará d’oiro a terra
mesquinha de Portugal, 
ou qual, se mão imprudente 
lhe erguer a tampa funérea, 
vomitará de repente 
a fome, a febre, a miséria, 
que matarão toda a gente!

E nestas perplexidades 
e eternas hesitações, 
têm decorrido as idades, 
têm passado as gerações; 
nas guerras devastadoras, 
nas lutas brutais e ardentes 
entre as raças invasoras 
e as povoações resistentes.

Nunca romanos nem godos, 
nem árabes, nem cristãos, 
duros na alma, e nos modos, 
rudes no aspecto e no trato, 
chegaram ao desacato 
de lhe tocar com as mãos.

Sempre que o povo faminto, 
maltrapilho ou miserando, 
fosse ele cristão ou moiro 
entrou no tosco recinto 
para salvar-se, arrombando 
a arca pejada de oiro,

Quedou-se, os braços erguidos, 
a olhar atónito e errante, 
sem atinar de que lado 
vinha morrer-lhe aos ouvidos 
uma voz de agonizante, 
entre ameaças e gemidos:
- Ó Povo de Montemor, 
se estás mal, se és desgraçado 
suspende, toma cuidado, 
que podes ficar pior!

E nestas perplexidades, 
e eternas hesitações, 
hão-de passar as idades, 
suceder-se as gerações, 
e continuar na rudeza 
da vetusta fortaleza, 
batidas de vento agreste, 
empedernidas, cerradas, 
as duas arcas pejadas, 
uma d’oiro outra de peste."

Conde de Monsaraz
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